quinta-feira, 13 de maio de 2010

Passar por si.

Já falei do quanto odeio os pássaros. Os odeio por seu deplorável estado de liberdade contínua. Um ser estável é um ser liberto dos cotidianos, não de uma vida de trabalho e prosperidade aos próximos. Nunca vi um pássaro ajudando qualquer outro ser. A não ser eles mesmos. Os odeio por seu egoísmo, os odeio por serem pequenos e terem tamanha facílidade de esconderem-se do mundo. Odeio como cantam. Odeio como tratam a vida.
Odeio sua alimentação, suas presas, porque mesmo sabendo que vão ser comidos, insistem em aparecer para suas refeições diúrnas e noturnas. Não odeio os peixes, eles não tem culpa. Culpa têm os pássaros, de serem tão despresíveis e indiferentes. Odeio como se portam diante das situações, mas ainda odeio mais o seu canto.
Odeio suas represálias e seus atos inconsequentes. Tenho asco de seus tons claros e vibrantes. Tenho repulso por seus anti-métodos sociais. E último, não menos importante. Os odeio por seu deplorável estado de liberdade contínua.

Nenhum comentário:

Postar um comentário