quarta-feira, 27 de junho de 2012

Sobre o Veneno

O céu é uma válvula de escape
Que deserta do etéreo, do eterno
O céu te faz ver a vida outra vez
Com o sentimento reles de perder

E fico ali sentado com as pedras
E os pássaros voando e piando
E o tempo correndo e me atacando
Porque reles era eu, na verdade

Por não ter feito o que quiz
Por não ter comportado a dor
Por não ter sempre seguido o padrão
E me rebelado contra seu caos

Ele que me mantinha unido
Agora estou em toda a parte
Eu estou em você quando dorme
E eu estou nos livros de química

Olhando pro céu ao som do mar
Olhando pra mim ao relento do caos
Que você deixa na trilha de odor
Que faz bem apenas quando eu paro de respirar

Quando respiro parece enxofre
Parece que mil demônios rasgam o tempo
E como diria Mesmer em suas teses
Magnetismo é apenas uma vontade

Acontece que tudo o que está carregado
Ao encostar em algo descarrega
E ao se reaproximar é neutro
Como tem sido pensar no etéreo

Como tem sido olhar o céu de baixo
Como tem sido te ver daqui de cima
Como seria respirar em baixo da água
Que você envenenou ao respirar perto de mim.