domingo, 18 de abril de 2010

Anestesia.

Tudo tem me anestesiado: o tempo, a vida e as obturações entre os mesmos. Tudo o que um dia foi incógnito, agora choca meus neurônios com uma profunda vontade de entender os paradoxos implícitos na inexistência prática.
Eu vejo mares e marés e vejo como se movem. Tudo é tão perfeito que parece não fazer nenhum sentido. Tenho meus motivos para duvidar da existência de fatores condicionadores de outros fatores. O que me agride é a intolerância e a prótese cerebral instalada em massa por motivos afins e sem afins.
O que vejo são dois abismos, um de frente para o outro. Em um estou eu, em outro estão meus olhos, olhando para mim, e recriminando a minha existência por não fazer qualquer diferença. Mas não, não me sinto assim tão inexistente. Afinal quem alcança algo, tem por um objetivo alcançar algo maior. E como vivemos de ciclos (vide bomba de sódio e potássio), vivemos em busca, e a busca é sempre procedida de um fim.
Dias e dias passaram, a fome se alastrou pelas paredes. Fome essa que não sacia por uma democracia apelativa, ou por estatísticas de carnificínas e geodoentias. Geobiometria deveria ser a prioridade. Mas chega de não falar do que precisamos. Precisamos de traços morfóides de um mundo paralelo. Precisamos de um Dia para pensar. Precismos de tempo, fatorial invariável, para que possamos inverter e inventar caminhos suplícios a condições extremáticas. Precisamos de luz. Eu e você, cérebro amado.