sábado, 4 de junho de 2011

Ineloquência, sabedoria.

O enxofre fede. E eu não suporto mais respirá-lo. Porquanto ande ele me segue. Tenho vontade de matá-lo. O enxofre queima. O fogo arde. "O metal deforma rápido em altas velocidades". Talvez por isso minhas bandejas estejam todas tortas. Todas em vão: o enxofre voa, divaga, e o vento não o move do lugar em que o coloquei.
Senhoras e senhores! Farei uma mágica agora: de minha cartola tirarei tudo o que é transsubstancial. Tudo o que é imaterial, imortal. Tirarei inclusive, o enxofre de minha vida! Que bom se o enxofre fosse tão leigo quanto somos perante os truques de mágica. Perante a vida em si e as suas obturações. Bom se ele fosse humano.
Eu mesmo sou todo remendado. Um espantalho amaldiçoado por minha própria sede de delinquência. Um bêbado sem fígado, um louco sem camisa de força. E por já ter visto tanta coisa, eu mesmo estou do lado contrário de minha dicotomia. Porém, na visão do fétido espírito, eu sou um humano mordaz. Que perdeu seu apetite voraz de acabar com a vida alheia. Que cansou-se de entortar bandejas. Comprei um tanque de oxigênio. Oxigênio furado. A vida é alheia aos olhos de quem não a vê do mesmo modo com que a olhamos.
E isso faz falta aos humanos delinquentes.