segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Retrato

Abstrato, quase que poluído. Esvaído, em memórias enriquecido.
Se o é grande, tenha surgido o léxico visual após acontecidos milhões de outros fatos. Pois deu-se que no momento de sua criação era um aglomerado instintivo de ataques de tinta. O sentido acomodado em sua caverna saiu para rugir. Uma obra faraônica concluída em duas horas. Despedaçando o estilo austero, característico de seus demais feitios. Adorava o novo estilo. Passava horas tentando imaginar as grandezas ínfimas de sua criação. O retrato possuia mais vida que ele próprio, em toda a sua experiência. Talvez por ter brotado expontaneamente, profundamente, da parte mais escura de seu cérebro, o quadro seja uma máxima de expressão sentimental. Quiçá o sentimento tenha escapado às barreiras e gaiolas criadas por ele, e transparecido em matéria. Queria ter sentido bem assim nas outras. Sabe-se lá quantas dores de cabeça ele enfrentou antes e após a realização. Era muito antigo pra quem tem vontade de correr atrás de tempo perdido. Decepção e corda pra firmar seu fim.

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